terça-feira, 11 de novembro de 2008

Escrevendo um Discurso.

Hum...... É hoje. Passei boa parte do ano desejando ser oradora da minha turma e hoje estou assim. Enjoada, com dor de barriga, ansiosa! Para mim, essa noite significa muitas coisas. É o fim oficial dessa vida de escola, dessa vida de criança. Enfim, espero encerrar tudo com chave de ouro! Boa Sorte e Sucesso a todos. (é o que eu estou desejando a mim, desesperadamente).


Discurso: Colação de Grau 2008

Camila Almeida e Débora Melo

Boa Noite à mesa, aos pais, convidados e colegas de jornada.

Começarei falando de como esse ano que passou foi marcante para nós terceiranistas... Um ano de decisão, né? De pressão, de cobranças, de dúvidas, de lágrimas. A veeelha promeessa de que “Esse ano eu vou estudar” foi, finalmente, cumprida. Por outro lado, o ano de 2008 foi o ano para nos aproximarmos de quem não tínhamos muito contato, para fortalecermos as boas amizades, para adquirirmos conhecimento.

Um ano que foi o melhor e o pior, o mais e o menos, o início e o fim.

O início de uma fase responsável, e talvez, a mais difícil de nossas vidas. É a fase em que nos despediremos de toda proteção que nos envolve; como se estivéssemos no ventre de nossas mães recebendo alimento e todos os cuidados necessários para que possamos sobreviver nesse mundo que nos aguarda.

E é o fim da fase em que acordávamos cedo todos os dias para ir ao colégio. É o fim do convívio diário com os professores, com Tana, a nossa e melhor coordenadora, com os amigos. No ano que vem nós não desfrutaremos mais das incríveis atividades que só o Colégio Atual é capaz de proporcionar. Não esqueceremos nunca da Literata, da Gincana de Matemática, do nosso São João em Caruaru, da Aula da Saudade, e muito menos, da in-su-pe-rá-vel Excursão do 3º Ano!

Apesar de na 8ª série, termos feito quase o mesmo percurso, com o mesmo grupo, é impressionante como não conseguimos comparar essas viagens. Nós aproveitamos como se soubéssemos que não teríamos mais oportunidade de viajarmos juntos. Vivemos in-ten-sa-men-te todos os momentos sem pensar em dormir, em parar de brincar, com medo de que acabasse e não tivéssemos aproveitado o suficiente. Mas acabou. E por mais que fique marcada para sempre, sentiremos saudades. Principalmente, de todas as regalias que tivemos, não só nós alunos, mas também os professores. Porém, tenho certeza de que nenhum de nós quer que elas sejam reveladas aqui, numa CO-LA-ÇÃO de grau, né?

Pois é hora de falar de gente séria, de pessoas importantíssimas na nossa trajetória. Os nossos mestres, professores, conselheiros, que nos deram a base do conhecimento para que conseguíssemos estar aqui, concluindo o Ensino Médio. E graças a vocês, estamos preparados para ingressar na Faculdade que desejarmos. E, por mais que não tenhamos conseguido expressar ao longo do ano o quanto vocês são importantes para nós, queremos dizer que foram parcela fundamental no nosso crescimento. Devemos a vocês muito do que sabemos, e por isso, cabe a nós agradecer-lhes por terem acreditado no nosso potencial e nunca terem desistido de nós. Dedicamos a vocês, grandes formadores de conhecimento, o nosso tão batalhado diploma.

E é agora, quando o fim está se aproximando, que percebemos o quanto as pessoas que constituem o Colégio Atual foram fundamentais nessa caminhada. Agradecemos a Deus, em primeiro lugar, por nos ter dado a oportunidade de crescer num colégio tão acolhedor e tão renomado quanto o Atual. Agradecemos também ao nosso diretor Camarão, vulgo Evaristo Fonseca, que sempre nos teve como filhos e nos acolheu todos os dias no nosso colégio, lá em Piedade, cujo nome mais apropriado seria Nossa Casa. À Tana, deixamos o nosso beijo mais que especial com gostinho de gratidão, por ter estado junto a nós, distribuindo seus cuidados de mãe presente. Presente que adoramos ter recebido no último ano de nossa vida escolar. À nossa psicóloga super paciente e prestativa, Luciana, e aos auxiliares de coordenação, Ju Clayton e Nizi, queremos dizer que vocês garantiram cadeira cativa nos nossos corações. Sentiremos saudades de aperrear vocês todos os dias.

E como não falar, em especial, das pessoas que nos deram a vida, que nos tem dado toda a base de sustento? Aos nossos pais, pedimos desculpas. Por não termos, talvez, alcançado suas expectativas e por não termos confiado cegamente nos conselhos que vocês nos deram. Nós sabemos que poderíamos ter estudado mais, compartilhado mais, e ter nos esforçado mais... Quem sabe assim, não estaríamos agora tão preocupados, angustiados e com um leve sentimento de culpa por não termos dado o melhor de nós. Entretanto, precisamos agradecer-lhes por toda a paciência, todo o cuidado e toda a cobrança, por sem ela, talvez não estivéssemos concluindo essa fase tão divisora de águas das nossas vidas. Obrigada.

Infelizmente... Chegamos ao fim. Aos poucos, aprenderemos a andar sem mais segurar nas mãos dos nossos formadores. Mas, mesmo que venhamos a cair, levantaremos com a certeza de que eles sempre estarão lá, para, novamente, segurar nossas mãos. E essa fase, que hoje se finda, foi para todos nós, cheia de felicidade e conforto. Assim como na barriga de nossas mães, nos sentimos protegidos, alimentados e abrigados de todo o mal. Mas... Nada é para sempre. E, um dia, é preciso nascer. Choraremos com o rompimento desse laço tão forte que nos sustentou durante todos esses anos. Assim como, uma criança chora por ter que se separar daquela que o abrigou com tanto amor. É no momento do parto que a criança percebe que, agora, ninguém mais respira por ela.

Nós percebemos então, que apesar de ainda tão pequenos, precisamos respirar sozinhos.