sábado, 31 de março de 2012

duzentas palavras.

Destino a Felipe Resk de Queiroz, nascido em 17/05/1991, natural do Recife, meu sincero reconhecimento à sua superioridade intelectual. Nós, que tanto disputamos acertos e pagamos para ver nossas certezas se consagrarem, aceitamos mais um desafio. Desta vez, caro seria o pagamento: escrever, em duzentas palavras, a resignação perante a supremacia intelectual do outro - com a devida divulgação nas redes sociais. Pois bem. Venho, por meio desta curta explanação, admitir o quanto o referido rapaz é surpreendentemente audacioso. Do alto de sua inteligência, foi capaz de me ampliar a mente para possibilidades antes ignoradas. Me mostrou, com sua sabedoria, a importância de ser mais racional na vida. De saber esperar. E ouvir. Foi quem me ensinou, mesmo com dificuldades - devido às minhas limitações epistemológicas -, a ser um pouco mais humana. Gostaria de agradecer, prezado Felipe, por me permitir a convivência. Não fosse esse encontro, talvez eu nunca tivesse aprendido a ser um tanto menos orgulhosa. Deves estar pensando que não houve nada que eu tenha, de fato, aprendido contigo, tamanhas as divergências entre nós dois. Perdoa, meu bem, a inferioridade. Grande parte do que eu vou carregar comigo sempre, em cabeça e coração, nasceu ao teu lado.




No mínimo, posso falar sobre ter aprendido, mesmo que mal, a soprar "Eu sei que vou te amar" na flauta doce. Aprendi a ficar calada na torcida adversária dos estádios de futebol, mesmo que levando uns beliscões de vez em quando. Aprendi a fritar ovo com creme de leite e orégano, adicionando qualquer coisa de molho barbecue para dar um charminho. Não aprendi a fazer pipoca de panela, é verdade, muito menos o milkshake de Ovomaltine. Tive que aprender a gostar muito de filé à parmegiana, além de precisar aprender a acordar e ficar quieta, esperando teu sono se completar. Queria ter aprendido, galego, a ser um pouco menos azeda. A reclamar menos e a reconhecer mais os teus atos. Queria ter aprendido, também, a invadir menos os espaços que não me cabiam e a respeitar mais tuas vontades. Mas, burra que sou, pouco fiz para aprender qualquer coisa. Desculpa toda a estupidez. Quem sabe, um dia, eu possa ter um pouco do teu raciocínio afiado, que tanto me faz falta nos tabuleiros de dama e xadrez.