Consumo. Esse é o termo mais adequado para explicar a mudança de papéis da mídia. A informação, agora tratada como produto, só é fornecida pelos grandes meios de comunicação, se a venda em atacado for garantida. O leitor é bombardeado com bastante diversão e futilidade em detrimento do conhecimento e da denúncia social. Se quem consome não exige qualidade, não é o fornecedor quem irá se queixar do comodismo.
O compromisso com a verdade e com a crítica fundamentada perdeu-se em meio à enchente de vulgaridades. É papel da mídia funcionar como serviço público à população; denunciar as falhas da estrutura social vigente é um passo primordial para que mudanças sejam alcançadas. Informações vazias de conteúdo, no entanto, prejudicam diretamente o aprimoramento do olhar crítico do cidadão.
Ao estar rodeado por uma mídia de fácil consumo, o consumidor midiático perde o tempo da reflexão para o montante de informações proveniente da imprensa que é engolida sem precisar mastigar. Os veículos que se comprometem com a verdade e com a propagação de conhecimento perdem espaço, cada vez mais, por não possuírem uma lógica de mercado intrínseca. A arte, o cinema e a música parecem pequenos indefesos perto do glamour das novelas e dos reality shows. Enquanto o cidadão não for estimulado a sentir prazer através do consumo de conhecimento, a mídia continuará em crise, assim como os valores do mundo.