Eu só não queria te sentir tão comedido, como quem mensura o amor que pode dar. O amor que é saudável dar para se manter num lugar seguro e de paixão ao mesmo tempo. Como quem quisesse medir amor por já ter sofrido de amar demais.
Não sei pra que se preservar tanto. Toda a falta de preservação que nos trouxe até aqui não combina com essa falta de entrega. Não quero sentir como se estivéssemos perdidos num campo minado, precisando sondar minuciosamente o chão em que pisamos. Como é de costume fazer com tudo que se desconhece.
Tanta cautela nem sempre (quase nunca) finda em proteção - talvez só retarde o perigo. O andar cauteloso, desconfiado, precavido, corrobora para alimentar um medo não tão sem nexo, mas completamente limitante. Tanto receio nos deixa a andar devagar demais; não quero perder tempo imaginando se vamos dar o passo certo. O risco de dar errado aumenta com a espera.
Nem tudo está sob controle, nem teria graça se estivesse.
Na verdade, quase nada está.